“Vocês são Deus”, palavras ditas por Sai Baba a pessoas que o questionaram a respeito de sua divindade. Diante de tal afirmação, o questionador talvez reagisse com perplexidade ou descrédito; ou poderia simplesmente nada aparentar, como se a afirmação não tivesse nada a ver com a realidade. Ainda assim, é esta a verdade básica sobre nossa identidade humana que Baba tentou transmitir.
As sementes desta verdade foram plantadas há muito tempo na sabedoria dos Upanishads da Índia e têm sido fertilizadas através dos séculos por vários grandes mestres do mundo, inclusive Jesus, que disse: “Eu estou em meu Pai e vocês em mim e Eu em vocês.” (João, 14:20)
No entanto, a nossa tendência tem sido ignorar, ou usar como atenuante, tais afirmações de nossos líderes espirituais. Conhecendo nossas próprias fraquezas e vícios, sem dúvida parece tolice, se não blasfêmia, pensar em nós mesmos como sendo divinos. Assim seguimos em frente através dos anos e das monopolizadoras gerações, como nos é revelado em nosso sonho mortal, sem perceber que estamos sonhando, ou que existe um sonhador para além do sonho.
E se aceitarmos como hipótese que nós, seres humanos, somos de alguma forma incompreensíveis partes de Deus, raios divinos, talvez, refletindo Sua imagem em diversos espelhos, ou sementes lançadas no seio da terra pela Divina Árvore, e se assim for, em que somos diferentes dos que louvamos como messias, mensageiros divinos ou avatares?
Um escritor americano certa vez disse a Sai Baba: “Se somos o que você diz, então somos todos avatares, divindades descidas na matéria.” Alguns devotos sentados na sala ficaram ofendidos com esta afirmação presunçosa. Entretanto, por um lado ela é verdadeira; por outro, não é. A diferença básica é essa, o avatar está consciente de sua descida e conhece sua identidade divina. Nós, ao contrário, não estamos conscientes da nossa descida e nos encontramos em total ignorância a respeito de nossa identidade.
Esse é o erro mortal, ou senso de separação (o pecado original), no qual nascemos. Sai Baba explicou isso ressaltando amavelmente que a única diferença entre ele e nós reside no fato de que ele sabe quem é, enquanto nós, que somos essencialmente da mesma natureza, não sabemos disso. Muito tempo atrás o Buda deu uma explicação semelhante para seus discípulos, só que usou a palavra Buda significando Ser Iluminado, ao invés da palavra Deus.
Fonte: Trilhando o Caminho com Sai Baba - Howard Murphet
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