terça-feira, 31 de dezembro de 2013

DESPERTANDO DO ENCANTAMENTO DA MATÉRIA



Neste terceiro milênio, a humanidade toda despertará do encantamento da matéria. Nosso planeta possui sete dimensões, embora no passado o tenhamos percebido como tridimensional. Da perspectiva do espírito e dos anjos, tivemos algumas desordens de percepção estranhas e debilitantes. Identificamo-nos mais com a forma do que com a essência; com o tempo mais do que com a eternidade; com o visível mais do que com o invisível. Vivíamos sob o efeito de uma hipnose negativa.

O desafio da Nova Era é manter nossa forma humana e, todavia, despertar dessa hipnose. De acordo com o arcanjo Rafael, em Transmissões da Estrela Semente, os anjos foram programados para nos despertar num determinado momento da história. O ápice desse momento ocorreu no nascimento de Jesus Cristo, que descreveu a si mesmo como o caminho onde estávamos, onde estamos e onde estaremos, depois que o encantamento da matéria for quebrado. Os anjos precisam de dois mil anos para nos preparar para a profunda transformação que está prestes a ocorrer, a entrada plena da Nova Era.


O EGO E O ESPÍRITO

O ego é a parte mais substancial e importante do "eu" que nos dá uma sensação de identidade e individualidade. Ele nos ajuda a viver neste mundo e cumprir nossas missões aqui. Ter um ego implica ter um corpo físico.

A verdadeira função do ego consiste em recuperar informações e em lembrar à extensão de alma que vive no corpo que cuide do corpo físico no qual ela vive. O ego impede que a extensão de alma pratique alguma ação que possa prejudicar o veículo físico. O ego é especialista em plano material. Se não tivéssemos um ego, poderíamos até esquecer que estamos encarnados. Assim, ele nos lembra que precisamos de água, de alimento e de sono.

O problema surge quando o ego ultrapassa suas funções e põe-se a interpretar para nós outras áreas da nossa vida, uma tarefa que é, ou pelo menos deveria ser, específica da alma e do espírito. Deixamos o ego interpretar nossa realidade, o que ele faz baseado na crença errônea de que somos corpos (porque essa é a única realidade que ele conhece), e também o deixamos sobrepor-se aos modos intuitivos utilizados pelo espírito para processar a informação. O método do cérebro direito adotado pelo espírito para processar a informação, usando a intuição, a mente superior, a vontade espiritual e outras faculdades, pode processar a informação instantaneamente. Ao interpretar nossas realidades, o ego faz mal uso da mente consciente e do raciocínio e criou um sistema de crenças ilusório, baseado no medo, na separação, no egoísmo e na morte.

O ego também anulou e bloqueou o circuito superior do sistema primário de informações do espírito, que poderíamos comparar a um computador. Na melhor das hipóteses, ele consegue usar 10% do cérebro. Só o uso do sistema processador de informações do espírito possibilita o uso de 100% do seu potencial.

Por ocasião a queda, a humanidade desviou-se para o modo de interpretar, desajeitado e ilusório, do ego. O ideal teria sido equilibrar as funções do ego e do espírito de maneira apropriada. Nunca foi tarefa do ego interpretar a nossa realidade; ele deveria apenas recuperar as informações e ser o especialista residente no corpo físico. Interpretar a realidade por meio do ego é interpretá-la através dos olhos físicos, apenas. Nós não deixamos o ego espiritualizar-se; assim, ele se tornou negativo. Quando Sai Baba e outros instrutores  dizem que devemos morrer para o nosso ego, isso significa que devemos morrer para o nosso ego negativo, ou que é preciso espiritualizá-lo. Ambas as escolas de pensamento são totalmente válidas. Trata-se apenas de uma questão de semântica.

No estado ideal, espírito e ego trabalham em perfeita harmonia, e nós vivemos em dois mundos ao mesmo tempo. Este é o protótipo do terceiro milênio.

Fonte: Joshua David Stone 

sábado, 28 de dezembro de 2013

DHARMA SIKH OU SIKHISMO



O Dharma Sikh ou Sikhismo é uma das religiões monoteístas mais recentes, surgida no norte da Índia, atual Paquistão. Foi fundada pelo Guru Nanak (1469-1539) e desenvolvida por seus nove sucessores nos séculos XVI e XVII, época de constantes conflitos entre o Hinduísmo e o Islã. O Sikhismo promove a tolerância entre as religiões e resgata o essencial delas, despojando-se de superstições, rituais e fanatismo.

Contam que, quando jovem, Nanak passava seu tempo meditando e caminhando na floresta. Durante esse período, o direcionamento de sua vida futura foi determinado por uma visão divina e uma oportuna mensagem de Deus. A mensagem dizia que não há nenhum maometano e nenhum hindu; existe apenas um Deus. Nanak prometeu devotar sua vida ao serviço deste Deus Único.

Do trabalho e ensinamentos de Nanak nasceu uma nova religião, que tem como ideia fundamental o apostolado dedicado. A palavra sikh, na verdade, significa 'discípulo'.

Guru Nanak, como se tornou conhecido, foi seguido em sucessão por outros nove líderes sikhs, ou gurus, sendo o último da linhagem o Guru Govindsingh. Os ensinamentos e , os dizeres, os hinos de todos os gurus eram anotados no livro sagrado dos sikhs, chamado de o Grande Saheb. Este livro é atualmente considerado como o Guru. Uma cópia é mantida no altar do templo de cada sikh, sendo tratada com grande veneração pelos devotos.

As principais características dos ensinamentos sikhs são as seguintes: Deus é um Poder e Inspiração permeando todas as coisas. Referem-se a Ele como Sat Nam (literalmente, o Uno Nome Verdadeiro), ou então é mantido sem nome. As pessoas, dizem que os sikhs, não deviam presumir conhecer Deus pelo nome.

O mundo, como o vemos, é uma ilusão. Sua verdadeira natureza está além da concepção humana e, portanto, todo o nosso conhecimento do mundo é parcial e efêmero. A única forma de obtermos o verdadeiro conhecimento é nos tornarmos absorvidos na consciência de Deus. Das práticas que levam a esta absorção no Divino, uma das mais importantes é a meditação na Luz Divina (Jvoti) e nos Gurus que foram personificações desta Luz.

Em sua primeira visão de Deus, foi dito ao jovem Nanak que repetisse frequentemente o nome de Deus, presumivelmente as palavras Sat Nam. Consequentemente, o sikhismo dá grande importância a esta prática (conhecida como japa) como uma outra chave para a realização divina.

Devido às condições da época de seu prematuro desenvolvimento, a religião sikh tem certos aspectos marciais, como demonstrado em seu aspecto exterior. Coragem, disciplina e dedicação à causa são muito exaltadas.

Todos os aspectos básicos do sikhismo estão em harmonia com os ensinamentos de Sai Baba. A Luz que brilha é a mesma Luz. Mas talvez após cinco séculos, a lâmpada sikh precise de um pouco de polimento. O tempo obscurece o vidro da lâmpada de todas as religiões. Portanto, talvez os de barbas avantajadas, em seus turbantes vermelho-cereja ou azul-turquesa, acreditem que Sai Baba seja seu Polidor Divino.

Além disso, a ciência sagrada ensina que um livro, não importa o quão santificado seja, nunca deve ser considerado como o único professor espiritual. As escrituras não podem transmitir as mais profundas verdades e não devem, por certo, ser jamais cultuadas. Então, é provável que alguns modernos buscadores sikhs encontrem em Sai Baba o que seus antepassados encontraram nos dez Gurus que existiram.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

SHANTI


Esta é a límpida paz interior que continua inabalada, com a benção ou o brilho Divino, sejam quais forem os altos e baixos, a “escuridão ou o brilho” das circunstâncias pessoais e dos afazeres deste mundo.

Sai Baba dizia: “Essa shanti é a natureza interior”. Então adquirir Paz não é uma questão de obter algo externo, mas de descobrir algo que já se encontra lá. Toda Sadhana ajuda no processo da descoberta. Um importante exercício na disciplina espiritual é a prática do discernimento. Deve-se discernir conscientemente entre o falso e o verdadeiro, o temporário e o eterno, o sem importância e o de importância vital. Tendo em ordem essas prioridades, deve-se priorizar as mais importantes, verdadeiras e eternas realidades.

Para a nossa diária e ordinária consciência, as coisas que desejamos parecem naturalmente as mais importantes. Mas se usarmos o discernimento, como ressaltado acima, e ao mesmo tempo indagarmos profundamente aos nossos corações e mentes, iremos descobrir que os nossos desejos mundanos são inimigos da paz. Eles são nuvens escurecendo os céus límpidos daquela paz que ultrapassa a compreensão.

A constante batalha para obter os objetos desejados traz medo, frustração, depressão, raiva e ódio. A competição com os outros nesta batalha também traz inveja, ciúme e outras emoções negativas. Não pode haver paz verdadeira enquanto a mente for o playground para tais emoções.

O que podemos fazer então? O desejo é uma parte essencial de nossa natureza animal. Através de eras de evolução, a vida animal fez uso dele e das respostas emocionais que ele desperta, para que o indivíduo e a espécie pudessem sobreviver. Isto é a parte do equipamento de sobrevivência da vida.

Desejos instintivos surgem na nossa mente como em outros animais. As emoções, exatamente como os desejos, também são sentidas na mente, mas encontram expressão no corpo. Através da constante ação de fortes emoções negativas, tais como ódio, medo, raiva e todo o resto, o corpo sofre uma desarmonia e se torna enfermo. Emoções descontroladas são tão inimigas da saúde tanto quanto da paz.

De acordo com a antiga psicologia hindu, existe um corpo-desejo chamado kamarupa, que está ligado ao corpo físico. Ele nos foi dado pelo Criador para nos servir durante nossas vidas na terra. Ele era destinado para ser um servidor, mas para a maioria dos seres humanos ele se tornou um mestre. Trazendo-nos excitação e todos os fortes prazeres de deleite sensual, o Kamapura escraviza nossas mentes e corpos. Ele vive nossas vidas por nós.

Quando tivermos nos lembrado de nosso Lar Espiritual e, como o filho pródigo, lançarmos nossos pés no Caminho que leva até ele, teremos que chegar a um acordo com o Kamarupa. É claro que ainda teremos certos desejos e necessidades instintivos, tais como desejo por comida, abrigo, boa saúde, mas aquela bagagem de desejos supérfluos e prejudiciais deve ser trocada. Sai Baba dizia que é como trocar o peso de muitas moedas por uma leve nota bancária. A cédula é o desejo de alcançar a eterna Shanti Divina, a “Terra Prometida” da Paz. Esta “troca de moeda” não é um processo imediato; acontece gradualmente ao seguirmos as linhas mestras, ou luzes guias, de Prema, Satya, Dharma e Shanti.

Embora Shanti seja um resultado das outras três, podemos nos empenhar para adquiri-la diretamente, visando manter o equilíbrio da mente em todas as situações e cortando progressivamente as cordas que nos prendem às coisas mundanas. Possessividade, paralelamente ao apego, é a causa de muitos medos, preocupações, ciúmes e demais inimigos da Paz.

Portanto, devemos tentar compreender que nessa vida nós não possuímos nada. Guardamos nossas assim chamadas posses como depositários de Deus, e certamente chegará o momento em que Ele as levará embora, ou através da morte ou por alguma outra circunstância. Como bons administradores, é claro que nós devemos tomar conta de tudo o que Ele colocou em nosso encargo (sob nossa responsabilidade), mas devemos ter sempre em mente que nada deste mundo é realmente nosso. “Uma vez que você tenha adquirido esta atitude de impassividade e de não-apego”, dizia Sai Baba, “você terá inabalável Shanti, autocontrole e pureza de mente.”

Desde o início, as quatro linhas mestras devem ser usadas como faróis. Elas estão todas constantemente presentes, brilhantes faróis para nos manter o curso. Todavia, existe uma luz que é mais importante do que as outras. Ela brilha mais forte que todas na noite escura para nos manter a salvo no nosso caminho de Sai. Esta é Prema.

Sai Baba dizia: “O combustível de Prema produz a chama divina de Shanti. Prema traz a unidade de toda a humanidade, e essa unidade, combinada com o conhecimento espiritual, trará a paz mundial”.


DHARMA


Da raiz do verbo sânscrito dhri (segurar), dharma é aquilo que mantém unidas nossas atividades internas e externas. Uma simples definição de Dharma é Prema e Shatya em ação.

Quando o Amor Divino guia nossos passos, e o caminho é iluminado pela Sabedoria Divina, tudo o que fazemos será verdadeiro ao mais elevado dharma. Mas até que esse momento seja alcançado, devemos evitar agir de acordo com os caprichos da nossa mente desejo e chamar isso de nosso dharma.

O que então deve guiar-nos? Postes sinalizadores para direcionar nossas ações estão relatados nas escrituras das grandes religiões. As escrituras, portanto, são um guia ao dharma correto em seus aspectos de retidão, moralidade, bondade e justiça.

Hoje também temos, para guiar-nos, os explicativos ensinamentos de Sai Baba. Ele renovou e pintou os antigos postes sinalizadores. Mas se por vezes ainda achamos difícil tomar decisões certas, a graça de Baba estará sempre lá para nos ajudar.

Além disso, existe a fórmula de Karma Yoga que Baba mencionava frequentemente como o ideal a manter em tudo o que fazemos. “Não anseie pelos frutos de tuas ações. Faça seu dever com Amor no coração e deixe os resultados de todas as suas ações na mãos de Deus".

Trata-se de um ideal para ser alcançado progressivamente. Quando trabalhamos primeiramente pelo bem-estar de nossas famílias, isso já é um começo. Quando tivermos incluído o bem-estar da humanidade, estaremos próximos do ideal. Este ideal é alcançado quando somos capazes de discernir o Propósito Divino em toda as coisas e pudermos trabalhar em harmonia com ele. Isto, é claro, requer muito amor e muita sabedoria, mas devemos continuar a nos mover em sua direção.

Aqui estão algumas indicações dadas por Sai Baba para evitar que nossos passos se desviem.

“Quem quer que domine o egotismo, conquiste os desejos egoístas, destrua sentimentos e impulsos bestiais e abandone a tendência natural de se considerar o corpo como o Ser, está certamente no caminho do Dharma”.

“Em todas as suas atividades mundanas você deve ser muito cuidadoso para não danificar propriedades ou princípios de boa natureza. Você não deve trair as sugestões da Voz Interior, isto é, você deve em todos os momentos estar preparado para respeitar os comandos de sua consciência. Você deve observar seus passos para ver se você está atrapalhando o caminho de alguém. Deve estar sempre vigilante para descobrir a Verdade por trás da cintilante variedade deste mundo”.

Mas “os códigos objetivos do Dharma relacionados às atividades mundanas e à vida diária, embora importantes em suas próprias esferas, têm que ser seguidos com completo conhecimento e consciência do Básico e Interno Atmadharma, o Dharma do Ser Divino Interior. Apenas então poderão os impulsos internos e externos cooperar e produzir a benção do progresso harmônico”.

Por ser o nosso objetivo básico encontrar nosso caminho de volta a Deus, e esse propósito deve ser eventualmente alcançado, o Dharma é uma “chama de luz que nunca pode ser extinta”. Entretanto, embora a chama não possa ser extinta, ela pode por vezes ser ocultada, como acontece nos afazeres do mundo atual.

Sai Baba dizia: “Quando o Dharma não é usado para transmutar a vida humana, o mundo é afligido por agonia e medo; ele se torna atormentado por revoluções tempestuosas”.

Com o passar do tempo as pessoas se acostumam ao estado das coisas à sua volta, e não percebem seu declínio. Isso aconteceu ao Dharma. Mas a selva espinhosa do Dharma mundial deve ser limpa e trazida de volta aos campos sorridentes. Isso pode ser feito pelo Avatar e seus ajudantes. Todos os que amam o bem e a verdade devem ajudar na restauração dos imaculados campos dhármicos, abandonando pelo menos o ódio em relação aos outros, e empenhando-se para cultivar tolerância, concórdia e harmonia.

“Através da concórdia e da harmonia o mundo irá se tornar dia a dia um lugar de felicidade, livre de inquietação, indisciplina, desordem e injustiça”.

Eis três máximas de Sai Baba para ajudar o indivíduo a viver uma vida dhármica e assim restaurar o degradado Dharma do mundo:

“Faça o bem; veja o bem; seja bom. Deus ama a bondade.”

“Dever, com amor, é desejável. Amor, sem dever, é divino.”

“Deus está onde está o Dharma; e onde Deus está, está a vitória.”

SATHYA



Esta palavra vem do sânscrito sat, que significa “Ser Verdadeiro”, e Sathya é a linha mestra dada por Sai Baba para guiar-nos na busca pela Verdade do Ser através da aquisição de conhecimento. Existem dois tipos de conhecimento, mundano e sagrado. “Se nós não acumularmos conhecimento, não é possível alcançarmos a transformação”, dizia Sai Baba.

Em seus escritos e discursos, muitos dos quais foram publicados em forma de livro, Baba se concentrava no conhecimento sagrado, até o ponto  em que pode ser transmitido em palavras, de Deus, do Universo e do propósito aqui na Terra. Em sua palestras, Baba revelou muitas variações acerca destes temas. Há necessidade de tais variações, diferentes abordagens verbais, ênfases e ilustrações devido aos diferentes níveis mentais e espirituais e aos variados backgrounds culturais de seus ouvintes. Desta forma ele forneceu alimento a todos eles.

Para a média das pessoas que desde cedo foi treinada em alguma religião ortodoxa, ou em absolutamente nenhuma religião, talvez os ensinamentos de Baba possam parecer, de início, bastante estranhos, ou até mesmo revolucionários, particularmente o conceito de sermos unos com Deus. Mas se buscarmos em nossas próprias escrituras, iremos encontrar essa mesma verdade, tal como foi relatada nos escritos místicos.

Aos estudantes da Sabedoria Antiga, encontrada na base de todas as religiões, os ensinamentos de Sai Baba não são nada estranhos. Eles simplesmente dão vida nova e vitalidade às verdades espirituais que são tão antigas quanto o tempo. Mas a poeira dos tempos está acumulada no eterno sino da verdade; ele precisa ser limpo para que possa novamente ecoar a Mensagem Divina através do mundo.

Ao mesmo tempo, Baba ensinou que o conhecimento adquirido pela cabeça nunca pode, por si próprio, conduzir-nos ao objetivo da vida. Na verdade, o centro de Sathya habita as profundezas do coração espiritual. E é de lá que vêm as mais profundas sugestões e ideias enraizadas. Mas elas precisam ser canalizadas pela mente para serem formuladas em pensamentos e palavras. Expressar essas profundas verdades do coração em palavras é, entretanto, uma difícil operação, e talvez nunca inteiramente realizada. Por isso a necessidade da mitologia, para fazer lembrar essas verdades inexprimíveis.

Algumas pessoas, devido aos temperamentos e treinamentos, devem começar a buscar a verdade suprema através do conhecimento, isto é,  ao longo do caminho de Jnana. Entretanto, tudo o que irão descobrir é que, em algum ponto, devem encontrar e se unir ao caminho de amor e devoção. O conhecimento sozinho irá secar o coração e levar ao egotismo e orgulho espiritual. Portanto, é mais importante misturá-lo, logo que possível, ao lubrificante do Amor Divino.

Ao colocar a devoção em primeiro lugar, Sai Baba se empenhou em balanceá-la com o conhecimento. Por todo o mundo os grupos Sathya Sai se encontram para cantar canções devocionais, bhajans. Eles gostam desta prática, mais do que de qualquer outra, e muitos não gostariam de fazer nada além disso nas reuniões. Mas Sai Baba insistiu que eles incorporassem períodos regulares de estudo e debate para ampliar seus conhecimentos e compreensão e conduzir uma evolução balanceada.

O Caminho Sai integra coração, cabeça e a mão também.


PREMA



Prema é o Amor Divino, o amor que por natureza dá continuamente sem pedir nada em troca. Este é o amor que Deus tem por todas as criaturas. Cada um de nós pode desenvolver este amor, pois o possuímos inerentemente como parte de nossa natureza divina interior. Mas a passagem tem que ser aberta para que este amor, preso no coração espiritual, possa se exteriorizar.

Vinda da nascente do coração, a corrente de amor corre em direção ao grande oceano que é Deus, porque Deus está dentro de todas as pessoas, o amor divino do coração individual corre em direção a tudo. Sai Baba dizia que ele tem “a qualidade da empatia, empatia que nos faz felizes quando os outros estão felizes, e miseráveis quando os outros estão tristes”. Ele se apresenta como “uma série de pequenos atos, direcionados pela atitude de reverência pela divindade de todos os seres”.

O próprio Sai Baba, sendo o grande corpo do amor, abriu a passagem para liberar a nascente no coração espiritual. Existia uma aura de amor tão poderosa em torno dele que, como uma chama, queimava os entulhos que estavam bloqueando a corrente de amor de sua verdadeira natureza. Então a maravilhosa corrente começa a deslizar, em direção a Deus e em direção a toda a vida.

Ela pode ser de novo bloqueada por pesados sedimentos de egoísmo, egotismo, pensamentos errados e toda a lama que vem das terras pantanosas do desejo. Baba deu muitas instruções sobre como viver neste mundo mantendo a pura corrente de Prema fluindo. Aqui estão algumas delas:

Considere sempre as falhas alheias, mesmo que grandes, como insignificantes e ínfimas, e considere suas próprias falhas, mesmo que insignificantes e ínfimas, como grandes, e sinta-se arrependido.

“Perceba que o uno e único Deus reside no coração de todas as criaturas e tente amar a todos. Tente compreender a paternidade de Deus e a fraternidade de todas as criaturas. Perceba que Deus é puro amor, que Ele é Prema-Swarupa, a personificação do amor”.

Devíamos colocar em prática esta fraternidade em relação a todas as criaturas, Sai Baba dizia, lembrando todos os dias de “começar o dia com amor, preencher o dia com amor, e terminar o dia com amor. Este é o caminho que leva a Deus, pois Deus é Amor”.

Que diferença fará aos nossos dias lembrarmos desta máxima a cada manhã quando acordarmos, e voltarmos a ela de tempos em tempos enquanto os eventos do dia acontecem!

Mas por que então estamos equipados com faculdades críticas se devemos nos abster de criticar e julgar as outras pessoas? Sai Baba ensinou que é melhor criticar as ações da pessoa do que a pessoa em si. De fato, devemos nos vigiar atenciosamente para não julgar os outros e falar sobre seus erros e fraquezas.

Por uma razão não podemos ver as profundezas do coração de nosso irmão. Para ilustrar isso, Sai Baba contava a história de um casal que atravessava uma floresta para ir a um lugar de peregrinação. O marido, que estava andando na frente, viu um diamante resplandecendo na areia em seu caminho. Rapidamente ele chutou alguma terra sobre a pedra para que a mulher não a visse. Ele teve medo de que ela quisesse apanhá-la e se tornasse escrava do brilho superficial, que era como ele via o diamante. Mas a esposa vira a joia e o gesto. Repreendeu seu marido por ele fazer em sua mente alguma distinção entre o diamante e a areia. Para ela, eles eram a mesma coisa. O marido certamente falhara em ver dentro do coração de sua esposa.

Quando nossa percepção espiritual estiver suficientemente desenvolvida para enxergar as profundezas da alma humana, nosso sentimento de união com tudo será tal, que quaisquer críticas que possamos fazer serão amortecidas por uma amável compreensão e amor. O próprio Sai Baba explicava isto. Tudo mais são egos latindo inutilmente para outros cães igualmente barulhentos.

Ao movermo-nos ao longo do caminho pela linha mestra de Prema, nosso apego as coisas mundanas irão, lentamente, se dissolvendo. Ao mesmo tempo nosso apego a Deus irá se fortalecer, até que nos tornemos sempre conscientes de Sua presença. Também começamos a compreender a lei oculta que diz que, por buscarmos o reino de Deus, todas as coisas das quais precisamos vêm a nós.

Sai Baba colocou isto de forma simples: “Se tivermos fé completa, e nos entregarmos inteiramente a Deus, então, assim como o gato toma conta de seus filhotes, Deus olhará pelo nosso bem-estar, não importa onde estivermos”.

Mas mesmo quando vemos que a coisa certa é unir nossa vontade à Vontade Divina, que é o significado de 'entrega', como aprendemos a conhecer a vontade de Deus? Como podemos adivinhá-la em todas as situações?

O obstáculo que nos impede de ver a vontade de Deus é o nosso próprio egotismo. Baba dizia que isso é algo “que tem sido inerente ao homem por eras, lançando seus tentáculos mais e mais profundamente com a experiência de cada vida”. Devoção a Deus, dizia ele, é a água com a qual podemos lavar essa sujeira dos tempos. Contudo, devemos acrescentar a essa água de devoção os detergentes gêmeos do discernimento e do não-apego, discernimento entre o falso e o verdadeiro, e a quebra do nosso apego ao falso. O sabão da Sadhana, práticas espirituais, também deve ser usado para lavar os resíduos de egotismo.

O ego, o falso “Eu”, sofre uma vagarosa e dolorida morte na cruz de Sadhana. Mas irá morrer, e depois vem a ressurreição do “Eu” real.

No Caminho Sai, a linha mestra de Prema é a mais importante. Ela leva a crescente  devoção a Deus, e é sustentada pela benção que vem da devoção. Os buscadores ajudam uns aos outros ao se juntarem para cantar e falar sobre as glórias de Deus, ou para louvá-Lo à sua maneira. Eles devem evitar controvérsia, pois esta leva ao egotismo e ao amor da conquista. Como existe lugar para uma diversidade de opiniões (pareceres, pontos de vista), a polêmica nunca leva a uma conclusão final. Em vez de perder tempo em debates, o buscador deveria usar cada minuto promovendo devoção a Deus.

“Amor Supremo e sabedoria são um só”, disse o grande sábio Narada. “Cante então as glórias do Senhor e que ele possa residir no coração de todos... trazendo-nos paz eterna”.

Mas embora o ponto mais alto do amor seja a sabedoria, os buscadores no caminho devocional podem se tornar muito emocionais até que este nível seja alcançado. Então, Sai Baba ressaltava, a devoção pode explodir como a lanugem do cardo. Deve haver uma âncora de crescente conhecimento ou então a devoção será perdida no vácuo.

Como Atingir o Propósito da Vida


Não há nenhuma  lâmpada de Aladim que possamos esfregar para trazer o tesouro subitamente até nós. Nem temos que viajar o mundo para encontrá-lo como o homem que buscou em todos os países e, então, de volta à sua casa, encontrou-o escondido sob o chão de sua humilde casinha.

Todo grande professor que deu instruções sobre como atingir a meta da vida deu o que pode ser chamado de uma fórmula. Mas nunca é uma fórmula mágica que pode ser misturada e agitada para dar resultados imediatos. É sempre uma fórmula pela qual temos que nos empenhar para viver nossas vidas. Quando conseguimos executá-la, os resultados são certos.

Como poder ser esperado, as fórmulas são basicamente as mesmas se pudermos analisá-las corretamente. A única diferença está na maneira como são apresentadas, na ênfase dada a um ou outro fator, ou na introdução de um novo ingrediente para que se adequem ao espírito de uma geração ou aos amplos pensamentos dos buscadores.

Sai Baba nos deu uma fórmula com quatro ingredientes principais. Ao invés de pensar neles como ingredientes, talvez devêssemos considerá-los como quatro linhas mestras ao longo do Caminho Sai. Se seguirmos essas linhas, certamente alcançaremos a meta. Seus nomes em sânscrito são Prema, Sathya, Dharma e Shanti.

O Propósito da Vida


Em tempos de dificuldade ou tragédia, se não em outros tempos, as pessoas se perguntam: qual é o propósito da vida? Isto porque na maior parte de seus dias elas agiram como se o propósito da existência fosse fazer muito dinheiro, erguer-se a uma posição de importância, tornar-se famoso ou poderoso, ou talvez apenas divertir-se, nadando no mundo de desejos sensuais. Elas acham que a conquista de tais objetivos lhes trará felicidade.

Até que um dia, quando talvez por uma ou outra razão virem a morte bem de frente, e perceberem o quão próxima ela sempre se encontra, elas começarão a duvidar da validade de tais objetivos. Mas qual é o verdadeiro objetivo? Elas perguntarão a si mesmas. O que irá trazer o permanente estado de felicidade pelo qual o coração humano eternamente anseia? Será que ele só pode ser encontrado em algum paraíso realizador de desejos nos céus?

Sai Baba ensinou que este propósito de vida é descobrir quem realmente somos. O ser humano, ele dizia, é como um príncipe que foi roubado por ladrões quando era bebê. Cresceu achando que era um dos ladrões. Mas se ele descobrir, e vier a saber, sem sombra de dúvida, que ele é um príncipe com uma herança maravilhosa, sua vida e perspectiva serão completamente transformadas.

Da mesma maneira, se pudermos alcançar o conhecimento direto e livre de incertezas de nossa verdadeira identidade, nossas vidas se moverão rumo a um novo nível e nossa perspectiva mudará completamente. Paralela a esta mudança estará a permanente alegria que não é afetada pelos altos e baixo das circunstâncias. Descobrir quem somos libera esta alegria, que é parte de nossa verdadeira natureza.

Não temos que esperar a morte, ou passar para uma outra zona de existência antes de fazer essa grande descoberta. De fato, é melhor que a façamos aqui, e este é o propósito de nossas vidas humanas na Terra.

Quando tivermos encontrado o oculto Ser real, teremos encontrado Deus, pois Ele é uno com este Ser. A viagem interior até o Ser e até Deus pode ter três estágios. Primeiro, há um sentimento de que Deus é o Mestre, um grande Ser em algum lugar lá fora, e de que nós somos seus servidores. Depois os buscadores se aproximam mais e compreendem que cada um deles é o filho, a prole de Deus; finalmente eles percebem que são unos com Deus.

Quando os buscadores perceberem que eles são unos com Deus, descobrem também que são unos com toda a vida, pois Deus é toda a vida. Enquanto eles continuarem a viver neste mundo, depois dele, a vida lhes será governada por este senso de unidade harmônica. Eles não buscarão felicidade e satisfação através das coisas do mundo. A felicidade estará sempre com eles. Eles buscarão somente servir a seus companheiros seres humanos a fim de trazer todas as pessoas ao objetivo que eles próprios alcançaram.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Sathya Sai Baba e o Universo



O universo de múltiplas formas, da invisível vida microscópica a invisíveis e distantes estrelas, teve um início e terá, então, um fim. Ele foi criado pelo Deus eterno, não saído de algo, mas saído do Seu Ser infinito. O Uno criou a aparência dos muitos eternamente mutáveis, enquanto permanecia no Uno.

O universo apresentando-se como muitas coisas é, portanto, chamado de o modo de “transformação” de Deus. O Uno, por trás da aparência dinâmica, é conhecido como o modo do “Ser”. Se pudéssemos ver o modo de Ser, o Divino imutável, interiormente e além do constante modo de “Transformação”. Nós veríamos verdadeiramente.

Mas normalmente nós não vemos este Deus-no-universo. Além disso, nós nem vemos o modo de transformação como ele realmente é. Como discursaram os sábios de todos os tempos e climas, incluindo Sócrates, nossos sentidos e mente nos enganam. Eles constroem um quadro de objetos sólidos, multicoloridos e tridimensionais, enquanto o que está realmente operando nossos sentidos, como a ciência agora concorda, é uma rede de padrões de energia, movendo-se em velocidades altamente aceleradas e vastos espaços vazios.

Portanto, o que pensamos que vemos é maya, não está lá realmente. E o que está realmente lá está sempre mudando, exceto pelo Uno constante e imutável por trás de tudo. Sai Baba compara isso a um filme de cinema. Oscilantes padrões de luz e sombra projetam a ilusão de formas móveis na tela parada, imutável. Quando  o rolo do filme termina, as formas desaparecem, mas a tela permanece. Isto representa o modo de “Ser” de Deus.

Mas outro show logo irá começar. Outro Drama Cósmico será projetado na tela do modo de “Ser” de Deus. Universos fenomenais vêm e vão periodicamente. Nós próprios somos parte deste dinâmico Drama Cósmico. Pelo menos nossos corpos e mente são. Mas dentro de cada um de nós está o imutável Ser Divino. E este é o Ser verdadeiro.

sábado, 21 de dezembro de 2013

ATLÂNTIDA



A Atlântida situava-se na parte norte do Oceano Atlântico. Sua extensão seria comparável à da Europa e Rússia juntas. A orla marítima oriental dos Estados Unidos, então em grande parte sob as águas, abrangia as planícies costeiras da Atlântida, que se estendiam do México ao Mar Mediterrâneo.

Nessa época, os dinossauros vagavam pela Terra e muitos pertenciam a espécies carnívoras. Para se proteger dessas feras, inúmeros atlantes viviam em grandes cidades cercadas de muralhas.

Também vivam na Atlântida aqueles animais grotescos, de aparência humana. Certos segmentos da sociedade chamavam-nos de “coisas”, e eram tratados como escravos e como animais de carga. Havia dois grupos de pessoas na Atlântida: os que serviam à Lei do Uno e os chamados filhos de Belial.

Os filhos de Belial eram seguidores de Belzabu. Eles eram os senhores do materialismo, o grupo egoísta, materialista e egocêntrico. Eram as pessoas que escravizavam os “coisas”, ou homens-animais que tinham cascos, garras, penas, asas e rabos em corpos humanos.

As pessoas que serviam à Lei do Uno tentavam ajudar os “coisas”, espiritual e fisicamente, levando-os aos grandes templos de cura da Atlântida. Usando avançadas técnicas de cristais, Luz e sons, eles realizavam cirurgias frequentes para remover esses apêndices desumanos, que não manifestavam mais o projeto perfeito do Adam Kadmon que Deus havia criado para o corpo humano aperfeiçoado.

Em 52000 a.C., um conselho de sábios das cinco raças reuniu-se com o objetivo de analisar possíveis formas de extinguir os dinossauros. Foi levado à discussão um plano que previa o uso de forças químicas superpotentes para envenená-los em seus covis. Esse plano foi aprovado e posto em execução.

A primeira de uma série de três catástrofes que provocaram mudanças no continente ocorreu em torno de 50700 a.C.. A primeira catástrofe foi consequência do uso de produtos químicos e de explosivos para aniquilar os dinossauros. Um grande número de enormes bolsas de gás foi detonado nas tocas dos animais, precipitando erupções vulcânicas e terremotos. As perturbações foram tão grandes, que provocaram uma mudança no eixo da Terra, deslocando os polos para suas posições atuais e causando a última grande glaciação.

O continente da Lemúria ficou completamente destruído, mas a Atlântida, como continente, foi pouco afetada, por estranho que isso possa parecer. Como consequência do deslocamento dos polos, todo o continente da Lemúria submergiu no fundo do oceano. A Atlântida, então, tornou-se a principal civilização do planeta. Ela era muito avançada tecnologicamente, mas muito pouco espiritualmente, mais ou menos como os Estados Unidos atualmente. Na verdade, muitas almas que viveram na Atlântida estão reencarnadas e, hoje, moram nos Estados Unidos.

O grande cataclismo destruiu a maior parte dos dinossauros por causa da transformação do continente e da mudança das condições climáticas. A Atlântida, ao se tornar a principal civilização do planeta, começou a prosperar. Foi durante esse período que extraterrestres visitaram-na e apresentaram aos seus habitantes sua avançada tecnologia dos cristais.

Os Atlantes passaram a usar a energia dos cristais para gerir quase todos os aspectos da sociedade. Eles dispunham de um cristal que era a principal fonte de energia de todo o continente. Ele movimentava carros, navios, submarinos e aviões, suprindo todas as necessidades de energia da sociedade. A ciência foi se tornando cada vez mais a nova divindade, e as pessoas passaram a se interessar cada vez menos pela presença de Deus.

Os Filhos de Belial e as influências extraterrestres negativas começaram a assumir o controle da civilização atlante. A energia do cristal passou a ser usada em operações militares e para controlar as pessoas. Num dia fatídico, cientistas atlantes tentaram usar o grande cristal para enviar uma espécie de feixe de energia através da crosta terrestre, com propósitos malignos. Isso provocou uma explosão indescritível, como jamais alguém tinha visto neste planeta. Esse fato ocorreu há aproximadamente 28000 a.C. e teve como resultado a submersão da Atlântida. Que ficou dividida em três ilhas. A Bíblia faz alusão a esse relato na história do dilúvio e da Arca de Noé.

Depois dessa grande catástrofe, teve início um período de reconstrução na Atlântida, mas ela não recuperou sua glória original. O continente foi decaindo à medida que o tempo passava. Houve grandes avanços na eletricidade, na energia atômica e no aproveitamento da energia solar; entretanto, em 10700 a.C., a civilização chegou ao auge da decadência moral e espiritual. Prevaleciam o sacrifício humano e a adoração do sol, bem como o adultério e a corrupção.

Os cristais solares foram grosseiramente adaptados como meios de coerção, tortura e punição. As pessoas comuns chamavam-nos de “cristais terríveis”. Mudanças gigantes na Terra sacudiram a Atlântida por volta de 9500 a.C., e ela desapareceu da face do planeta. A explosão foi um milhão de vezes maior do que a bomba lançada em Hiroshima.

Os atlantes que serviram à Lei do Uno deram ouvidos a Deus e aos profetas e fugiram antes que a catástrofe ocorresse. Eles foram para o Egito e, mais tarde, ficaram conhecidos como os Maias, em Yucatán, e como os índios iroqueses, na América. Em todas essas civilizações, a influência dos atlantes pode ser sentida na construção das pirâmides.

Todos os segredos da Atlântida estão gravados na Sala de Registros da Grande Pirâmide. Esses registros são protegidos misticamente. Paul Solomon e Edgar Cayce, em suas canalizações da fonte, disseram que um grande iniciado, que vive atualmente no planeta com o nome de John of Penial (reencarnação de João, discípulo de Cristo), será o grande ser que irá ao Egito para divulgar todos esses registros.

No êxodo da Atlântida para o Egito, os atlantes levaram um grande orientador espiritual, de nome Thot. Por vários milhares de anos, Thot esteve encarnado no Egito, uma civilização de grande espiritualidade. As pirâmides eram na verdade templos de iniciação.

Vywamus disse que a história egípcia durou cem mil anos, e não apenas os quatro ou cinco mil anos a que se referem os historiadores modernos. O Egito teve um grande envolvimento com os extraterrestres. O conceito de pirâmide veio de outros planetas. A civilização egípcia era uma fusão de consciências de vários outros planetas.

Platão referiu-se à submersão da Atlântida em seus escritos. Edgar Cayce predisse que a Atlântida se reergueria e emergiria na costa leste dos Estados Unidos por volta de 1968 ou 1969. As Bahamas são remanescentes dos pontos culminantes de Poseidia, uma das ilhas que foram abandonadas depois do segundo terremoto. Em 1968, mergulhadores encontraram templos e ruínas submersos a mil e oitocentos metros de profundidade, exatamente como Cayce havia predito.

O Triângulo das Bermudas é, na realidade, o grande crista que foi ao fundo do oceano. Em determinadas épocas, quando o Sol incide sobre o leito do mar, num determinado ângulo com relação à Lua, esse grande cristal é ativado. Tudo o que passa pelo seu vórtice de energia, durante esse período de ativação, transforma-se em antimatéria, desintegrando-se. É por isso que os efeitos do Triângulo das Bermudas acontecem apenas em ocasiões especiais e não permanentes.

Os Estados Unidos estão passando por um período de testes muito semelhantes ao que ocorreu na Atlântida há cinquenta anos. A questão é se nosso desenvolvimento científico e tecnológico nos fará perder de vista a verdadeira razão de estarmos aqui: o nosso desenvolvimento espiritual.

LEMÚRIA



A Lemúria, ou Mu, era um continente localizado no Oceano Pacífico e se estendia desde os Estados Unidos até a extremidade da América do Sul. O estágio de existência da Lemúria relacionava-se com a consciência de raça, que estava aprendendo a lição da sintonia física. A humanidade como um todo avança por estágios, e a sintonia física foi a lição-chave desse período da história.

Os lemurianos eram um povo mais filosófico e espiritualista que os atlantes; estes eram mais avançados tecnologicamente.

Nesse período da história, grandes dinossauros vagavam pela Terra, por isso os lemurianos, em grande parte, precisavam viver abaixo da superfície. Eles viviam em cavernas, escondendo-se dos dinossauros, de onde saíam apenas para buscar alimento. Decoravam seus refúgios de forma artística e muito bonita. Os lemurianos eram de estatura baixa: os homens mediam um metro em meio e as mulheres tinham alguns centímetros a menos. Os índices de sobrevivência infantil não eram elevados. Eles se alimentavam de grãos e frutas.

A História Pré-Lemuriana



Dois grandes avatares vieram para a Terra nos primórdios do período pré-lemuriano. O primeiro fez convergir para a Terra uma energia de sintonia espiritual. Ele veio como cientista de uma civilização altamente desenvolvida. Sua mensagem estava voltada para a realização de uma fusão do conhecimento científico com o espiritual. Mas naquela época a humanidade não aceitou essa mensagem porque não estava preparada para ela. Assim, esse grande instrutor deixou a Terra, retornando ao estado de co-criador plenamente desenvolvido.

Outro grande avatar foi enviado à Terra no final do período pré-lemunriano. Seu nome era Lo Chi. Era um homem muito alto e gostava de usar uma túnica prateada. Ele foi o primeiro grande instrutor a causar um enorme impacto na Terra. Lo Chi consolidou a coragem, a sabedoria e o amor em seus estágios iniciais. Ele assumiu uma civilização dilacerada pela guerra e começou a construir uma comunidade espiritual, com templos espalhados por toda a região. Ao final do seu reinado ocorreu uma ascensão em massa.

O grande instrutor seguinte mudou seu enfoque, ressaltando mais as qualidades e ocupações emocionais do que as científicas. Foi nesse período que se produziram algumas das obras de arte mais notáveis; entretanto, o aspecto científico da sociedade começou a declinar. Num certo sentido, aconteceu uma oscilação, um movimento pendular, de uma sociedade mais masculina para uma sociedade mais feminina. Ocorreram muitos avanços nas artes, na música, na dança, mas o potencial e a criatividade mentais não estavam presentes por causa dessa oscilação. Isso começou a mudar no decorrer de um longo período de tempo, e a sociedade se tornou mais equilibrada. Então ocorreu nova ascensão em massa.

Vywamus chamou a esses dois períodos de ascensão em massa de “colheita espiritual”. Ele diz que no final do século XX tivemos outra ascensão em massa. Isto esteve relacionado com o Logos Planetário, Sanat Kumara, que em sua evolução cósmica, chegou a um plano mais elevado.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

O QUE É DEUS?



“Deus está em todos os lugares e em todas as coisas. Toda a criação vem Dele e Ele está na criação”, dizia Baba. Então podemos pensar em Deus como a Essência sem forma de toda a existência ou como a Força básica por trás de todas as forças ou energias que agem constituindo o Universo. Todas as coisas têm um início e um fim, exceto essa divina Essência ou Força. Como a circunferência de um círculo, ela não tem início nem fim. Ela é eterna.

Esse Deus sem forma parece mais com um Princípio do que com uma Pessoa. Uma pessoa tem limitações, enquanto Deus não tem nenhuma. Um princípio não tem vida, mas Deus é toda a vida. Baba dizia: “Deus não é 'Isto'; dizer 'Isto' nos levaria a pensar em matéria inerte”. Na realidade, Deus está além das categorias do pensamento humano, não sendo nem Isto, nem Ele, nem Ela.

Devemos usar algum pronome ao falarmos sobre Deus. Geralmente usamos o pronome “Ele”, mas deveríamos lembrar que este “Ele” divino está além das limitações da personalidade. Além disso, também devemos compreender que o Deus fundamental, sem forma, pode e toma forma, colocando parte de Seu Ser infinito nesta forma finita. Na verdade, Sai Baba ensinou a doutrina Vedântica de que Deus tomou todas as formas à nossa volta, incluindo a que você vê quando olha no espelho.

Podemos encontrar Deus em qualquer forma, contanto que vejamos a Essência divina dentro da forma. Na verdade, Deus vem sendo louvado em milhares de formas, humanas ou não, desde o começo do mundo. No entanto, embora as formas sejam muitas, existe apenas um Deus. Sai Baba usou a analogia da eletricidade para ilustrar isso. Quando você liga o interruptor, a lâmpada se acende. Mas aquela é a mesma eletricidade que acende todas as lâmpadas. As lâmpadas que brilham mais claramente com a Eletricidade Divina são as que são louvadas como Deuses da Forma.

Quando um autor cria uma história ou drama, ele coloca parte dele próprio em todos os personagens, talvez em alguns mais do que em outros. Entretanto, ao mesmo tempo em que existe em seus personagens, existe muito mais dele próprio além desses personagens. Da mesma forma Deus existe infinitamente além de Sua criação. Dentro da floresta, da flor, do pássaro, da fera e dos humanos, Ele é o Deus imanente. Além de tudo isto, Ele é o Deus transcendente.

Ele está mais perto de você do que sua própria respiração, e ao mesmo tempo está distante no infinito. Nunca podemos vê-Lo ou compreendê-Lo. Mas podemos vivenciá-Lo.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Meditação: Ensinamentos de Sai Baba



A jornada exterior da vida, guiadas pelas lâmpadas Sai do amor, verdade, dever e paz, encontra ajuda e inspiração em regulares expedições ao longo de uma jornada interior, feita através da oração e da meditação. Tanto a meditação quanto a oração são tentativas de comungar diretamente com Deus, ou com nosso Ser mais elevado, como quer que prefiramos considerá-lo. A oração sendo verbal, é mais fácil. E quando sincera, eleva a consciência acima do ego mundano, e é efetiva. A meditação transcendendo os obstáculos da mente, nos aproxima do Ser Divino, transformando nosso caráter e nossa vida. Tanto a oração quanto a meditação devem ser praticadas regularmente.

Para a meditação, Sai Baba deu regras gerais que qualquer um pode seguir. Ninguém errará em torná-las orientações básicas e, através da experiência e da experimentação, adaptá-las às suas próprias necessidades e natureza, pois a meditação é uma arte altamente individual. Os indivíduos que estiveram perto de Sai Baba o consideravam como um sadguru, e receberam instruções individuais dele, quando se fez necessário. Mas estas regras gerais são para a orientação e ajuda de todos. Sai Baba as enunciou e explicou de tempos em tempos para diferentes grupos e multidões, e todas as palavras escritas abaixo em aspas são palavras dele.

Sai Baba explicou que não podemos conhecer Deus sem antes conhecer a nós mesmos. Portanto, devemos cavar bem fundo até nosso próprio centro a fim de alcançar o centro de Deus em Sua grandeza, que é o objetivo da meditação. Devemos cavar através da consciência do ego, através do amontoado de sujeira e desejos egoístas, através das vielas da mente. Isto parece uma grande operação, e, na verdade, o é! Mas não é impossível, pois existe um conhecimento testado e experimentado com relação a isto. Tudo que precisamos é de vontade, paciência, determinação para dar uma justa chance a nós mesmos.

“Inicialmente, guarde alguns minutos para ela todos os dias, e depois vá estendendo o tempo na medida em que sentir a bênção que estiver recebendo”.

A postura para meditação deve ser confortável, estável e relaxada enquanto sentado em posição vertical, ou sobre uma esteira ou uma cadeira de encosto reto. Se você ficar de pé, você ficará cansado muito rápido; se deitar, provavelmente irá dormir. Mesmo assim, algumas pessoas meditam com sucesso de pé ou deitadas de bruços. Mas nenhuma das duas posições é aconselhada como uma regra geral.

Após ter se certificado primeiro de que o corpo está completamente relaxado em uma postura ereta, o próximo passo é retirar a atenção do campo dos sentidos, que geralmente mantém os pensamentos saltando de um lado para o outro como macacos em uma árvore. Fechando as pálpebras suavemente, você pode lidar com o sentido da visão. Mas alguns dos outros sentidos não são tão fáceis de serem bloqueados, como o próprio olho da mente, com seu contínuo curso de imagens.

Uma boa maneira de superar as distrações dos sentidos e da mente é recitar interiormente uma mantra (ou verso) sobre a glória de Deus. Ao concentrar-se inteiramente nisto (e em seu significado), nas profundezas da mente, você eleva sua consciência a um nível muito mais alto, e as distrações mundanas desaparecem.

Ao invés do mantra, um nome de Deus pode ser utilizado. Esta prática é chamada japam. Ao repetir o Nome, qualquer nome querido ao coração, desenhe diante do olho da mente a forma que ele representa. “Quando sua mente se afastar da figura leve-a ao Nome. Deixe-a ficar nesta ou naquela doçura. Caminhando desta forma, ela pode ser facilmente domesticada. A figura imaginária que você desenhou será transformada em uma Figura Emocional querida ao coração e será fixada na memória. Gradualmente ela se tornará uma visão verdadeira, visto que o Senhor assume a Forma a fim de atender seu desejo. Esta é a melhor forma de dhyana (meditação) para iniciantes”.

Sai Baba acrescentou, que caso não consiga se concentrar muito tempo de início, não se desencoraje. Para ele, era como aprender a andar de bicicleta. No começo encontramos grandes dificuldades em manter nosso equilíbrio, mas depois de praticar podemos vencer essas dificuldades facilmente, mesmo através de ruas de tráfego intenso. Então, da mesma forma, a prática irá possibilitar que possamos manter a concentração necessária para a meditação nas situações mais difíceis. E por longos períodos. Portanto, o segredo é manter uma prática regular.

Se os iniciantes acharem que a meditação no Nome e na Forma não combina com eles, existe um outro tipo que pode ser usado. Sai Baba a chamava de “a forma efetiva e universal” de meditação.

Após assumir a postura correta e relaxar o corpo, olhe firmemente para a chama de uma lamparina ou de uma vela à sua frente. A chama deve estar bastante calma. Compreenda-a como o símbolo da Luz Divina que brilha infinitamente. É a glória dourada de Deus que se irradia através de todos os átomos da criação. Ela é, portanto, um objetivo muito apropriado para meditação. Para começar, olhe por tanto tempo quanto puder, ou por tanto tempo quanto quiser, para a brilhante chama, concentrando-se em sua forma e seus profundos significados simbólicos. Depois, suavemente, feche os olhos e visualize a chama dentro de você, entre as sobrancelhas.

Então, “deixe a Luz ir até o lótus de seu coração, iluminando o caminho. Quando ela penetrar nele, imagine as pétalas do coração se abrindo uma a uma, banhando cada pensamento, sentimento ou emoção na Luz, e assim removendo toda a escuridão deles”. Agora, imagine essa Luz pura indo para todas as partes de seu corpo. No início isto será simplesmente um exercício de imaginação, mas com o tempo você verá a Luz real penetrando em cada célula de seu corpo, em cada esquina de sua mente. A Luz irá purificar e harmonizar todo o seu ser.

Mas não guarde a Luz para você. “Deixe-a expandir-se em círculos que se ampliam continuamente, envolvendo seus amados, amigos e companheiros, e também, seus inimigos e rivais, na verdade, todos os homens e mulheres onde quer que estejam, todos os seres vivos, o mundo inteiro”. Assim, você se tornará uno com a Luz Divina que tudo envolve.

Sai Baba também ensinou e recomendou a meditação que é uma combinação das duas já citadas. Ou seja, você combina a meditação no Deus-com-Forma com a meditação da Luz, ou Deus-sem-forma.

“Se você estiver adorando Deus em qualquer Forma, tente visualizar a Forma em uma Luz todo-penetrante. Pois Luz é Deus e Deus é Luz”. Após concentrar-se por tempo na forma amada no centro da luz tremulante, você pode deixar a Forma fundir-se na Luz, enquanto lembra que Deus não está confinado a uma forma, e é realmente melhor representado por uma luz clara e pura. Embora a forma desapareça, a luz será ela própria tingida com a Excelência Divina que era sentida na Forma: Amor, Alegria, Poder, Verdade e Paz. A Luz Divina não é impessoal.

Qualquer que seja o tipo de meditação usado, quando terminá-lo não levante subitamente. Você estava em um estado alterado de consciência, e é melhor retornar vagarosa, gradual e descansadamente. Então, abra suas pálpebras, levante lentamente e volte às suas tarefas normais.

Durante os seus afazeres, traga à memória, de tempos em tempos, a alegria e a nova consciência experimentada através da meditação. Esta alegria e consciência devem mudar sua atitude para com as pessoas e situações. “Meditação sem compaixão é uma negação da religião. Espiritualidade sem amor é um exercício de futilidade. Seus pensamentos, palavras e obras devem ser inspirados por puro e desinteressado amor”.

Em outras palavras, a meditação não é algo para ser executado durante meia hora mais ou menos e depois esquecida. Ela é algo que deveria impregnar sua vida diária, trazendo um constante senso de unidade e de amor por toda a vida e governando suas ações de acordo com isso. Embora você não possa passar todo o seu tempo na jornada interior, deixe que a vida interior ilumine e dirija a vida exterior.

Aliás, Sai Baba frequentemente ressaltava que esta técnica que chamamos de meditação não é a mesma usada para a concentração. É importante lembrar isso qualquer que seja a técnica escolhida. Concentração é o exercício preliminar à meditação. Contudo, quando você entra na meditação em si, você fica em um estado de consciência relaxado, mas alerta. Alguns adequadamente compararam isso com o sentar em um quarto silencioso sozinho. Você não está esperando que nada aconteça, mas você está alerta caso aconteça algo. Se alguém entrar no quarto imaginado poderá ser através de qualquer uma das várias portas. Portanto, você não se concentra em nenhuma entrada; você simplesmente espera em total quietude.

Quando, durante esta quietude mental, você se esquece de que está meditando, é então quando você realmente começa a meditar. Ter expectativas, tentar causar algum resultado, frustrará o resultado. As experiências elevadas, supra-sensuais ou espirituais são sempre algo “dado”. Podemos apenas nos preparar para recebê-las.

Com o tempo e a prática, a meditação irá se fundir em samadhi, que é sua culminância e meta. “Samadhi é o oceano para o qual toda sadhana (práticas espirituais) corre. Qualquer traço de Nome ou Forma desaparece neste oceano... Existe apenas o Ser, nada além, isto é samadhi. Se houver algo a mais, então não é samadhi”.

A totalidade da vida do buscador deve ser empregada em uma campanha de aproximação a Deus. Nesta campanha, um período regular de meditação, usando técnicas testadas para derrubar as barreiras entre nós e Ele, é uma grande ajuda. Sessões de meditação não são algo separado, e sim pontos altos da vida espiritual.

Diferentes grupos religiosos, filosóficos e espirituais transmitem diferentes técnicas de meditação, e o próprio Sai Baba ensinou outros métodos para estudantes mais avançados. Mas eles são todos construídos com base nos mesmos princípios básicos de Raja Yoga para alcançar samadhi. Todos eles impõem postura correta, controle do corpo, dos sentidos, da mente e firme concentração da atenção, levando aos estados de além-pensamento da meditação e samadhi.

O método de meditação de Sai Baba é devocional, elevando o coração e a consciência através da inspiração do amor. Suas técnicas são, portanto, muito adequadas para todos os que estão no caminho de bhakti, e particularmente para aqueles que estão no Caminho Sai, que coloca bhakti, ou devoção, em primeiro lugar.

Não são apenas todos os métodos de meditação que são iguais em propósito e em princípios básicos; o mesmo pode ser dito de todas as religiões. Religião, pela derivação de seu nome (re, volta e legare, ligar), visa tornar a ligar o homem a Deus. Quaisquer que sejam suas práticas externas, rituais e credos, o propósito interior de toda religião, como sua filha a meditação, é nos levar de volta a Deus e nos unir novamente com a Fonte Divina.

Sai Baba constantemente ensinava esta grande unidade interior de todas as religiões. “Existe apenas uma religião”, dizia ele, “a religião do coração, a religião do Amor”. Ele diz que Deus é como o ourives comprando imagens religiosas e estatuetas. Qualquer que seja a figura, Krishna, Cristo, Shiva, Buda, ou outro, o ourives paga apenas pelo preço do ouro em cada uma. O ourives não liga nem um pouco para as figuras religiosas em si. Do mesmo modo, “Deus pesa o que está em nossos corações, não importa se seguimos esta ou aquela Forma, este ou aquele professor, esta ou aquela fé. É a qualidade de nossos corações que importa”.

Se a “religião do coração” de Sai Baba situa-se na base de todas as religiões, os ensinamentos fundamentais destas religiões devem ser iguais aos ensinamentos de Sai e iguais uns aos outros. Quaisquer que sejam as diferenças que existam, elas devem ser superficiais e sem importância em relação à questão principal.

  

domingo, 17 de novembro de 2013

Os Sete Estágios de Deus



O Deus de qualquer religião é apenas um fragmento de Deus. Isso deve ser verdade, porque um ser que é ilimitado não possui nenhuma imagem, nenhum papel a representar, nenhuma localização dentro ou fora do cosmo, ao passo que as religiões oferecem muitas imagens: pai, mãe, legislador, juiz, senhor do universo. Existem sete versões de Deus, que podem ser associadas a doutrinas religiosas organizadas. Cada uma é um fragmento, mas tão completo a ponto de criar um mundo único:

  • Estágio um: Deus, o Protetor
  • Estágio dois: Deus, o Todo-Poderoso
  • Estágio três: Deus da Paz
  • Estágio quatro: Deus, o Redentor
  • Estágio cinco: Deus, o Criador
  • Estágio seis: Deus dos Milagres
  • Estágio sete: Deus do Ser Absoluto - “Eu Sou”

Cada estágio atende a uma determinada necessidade humana, o que é perfeitamente natural. Diante das forças avassaladoras da natureza, os seres humanos precisaram de um Deus que os protegesse. Quando achavam que haviam transgredido a lei ou cometido um delito, as pessoas se voltavam para um Deus que por um lado iria julgá-los e por outro iria perdoar seus pecados. Desse modo, exclusivamente por interesse próprio, o projeto de criar Deus à nossa própria imagem teve seguimento, e continua tendo.

Diversos desses estágios, como o Redentor e o Criador, soam familiares em relação à Bíblia e agora que o budismo se tornou mais popular no Ocidente, o estágio final, onde Deus é experimentado como silêncio eterno e ser absoluto, já não parece tão estranho quanto um dia teria parecido. Nenhum estágio é absoluto em sua pretensão à verdade. No entanto, cada um implica um relacionamento diferente. Se você vê a si mesmo como um dos filhos de Deus, então o relacionamento dele com você será de um protetor ou um legislador; esse relacionamento muda se você vê a si mesmo como um criador, nesse caso, você começa a compartilhar algumas funções de Deus. Você se coloca mais ou menos no mesmo nível, até que finalmente, no estágio de “Eu Sou”, o mesmo ser absoluto é comum tanto a Deus quanto aos seres humanos. Na progressão do primeiro estágio para o sétimo, a ampla lacuna entre Deus e seus seguidores se torna cada vez mais estreita e por fim desaparece. Portanto, podemos dizer que estamos sempre criando Deus a nossa imagem por uma razão maior do que a vaidade; queremos trazê-lo para perto de nós, alcançar uma intimidade. No entanto, quer você veja Deus como um juiz poderoso que pune ou uma fonte benigna de paz interior, ele não é exclusivamente isso.

Para um ateu, todas as formas de divindade constituem uma projeção falsa, pura e simplesmente. Atribuímos características humanas a Deus, como misericórdia e amor, colocamos essas características em um altar e passamos a rezar para elas. Toda imagem de Deus, portanto, inclusive as mais abstratas, é completamente vazia (abstratas como o Deus do islamismo e do judaísmo ortodoxo, os quais não podem ser retratados com feições humanas). Segundo o ateu, a religião é a derradeira ilusão, já que estamos apenas adorando a nós mesmos indiretamente.

Há duas maneiras de responder a essa acusação. A primeira é o argumento de que um Deus infinto deveria ser adorado de todas as formas; a segunda é o argumento de que Deus deve ser abordado por etapas, pois em caso contrário jamais conseguiríamos transpor a enorme lacuna entre eles e nós. Considero o segundo argumento mais convincente. A menos que possamos ver a nós mesmos no espelho, jamais veremos Deus ali. Considere novamente a lista e verá como Deus varia em respostas a situações bastante humanas:

Deus é um protetor para aqueles que se sentem em perigo.
Deus é onipotente para os que desejam o poder (ou não dispõem de nenhum modo de obter poder).
Deus traz paz àqueles que descobriram seu próprio mundo interior.
Deus perdoa àqueles que têm consciência de ter cometido um pecado.
Deus é o criador quando nos perguntamos de onde veio o mundo.
Deus está por trás dos milagres quando as leis da natureza são repentinamente revogadas sem aviso prévio.
Deus é a própria existência, “Eu Sou”, para aqueles que atingem o êxtase e uma sensação de ser absoluto.

Em nossa busca pelo Deus único e absoluto, perseguimos o impossível. A questão não é quantos deuses existem, mas até que ponto nossas próprias necessidades podem ser espiritualmente satisfeitas. Quando alguém pergunta: “Deus realmente existe?”, a resposta mais legítima é: “Quem está perguntando?” A pessoa que percebe está intimamente ligada às suas percepções. O fato de destacarmos características como compaixão e amor, julgamento e salvação, demonstra que somos forçados a conferir a Deus atributos humanos, o que é perfeitamente adequado se essas características vêm do próprio Deus. Em outras palavras, um círculo une o humano e o divino.

Do nível virtual, que é nossa fonte, as qualidades do espírito fluem até nos atingir no mundo material. Experimentamos esse fluxo como nossos próprios impulsos interiores, o que também é perfeitamente adequado, porque para cada estágio de Deus existe uma reação biológica específica. O cérebro é o instrumento da mente, mas um instrumento muito convincente. Tudo que sabemos a respeito do cérebro é que ele cria nossa percepção, nosso pensamento e nossas atividades motoras. Mas essas são criações poderosas. No plano material, o cérebro é nossa única maneira de registrar a realidade e o espírito tem que ser filtrado através da biologia.

Ninguém utiliza todo o cérebro de uma vez. Nós selecionamos de uma gama de mecanismos internos que se relacionam diretamente com a experiência espiritual:

1. Reação de lutar ou fugir
2. Reação de agir
3. Reação de consciência em repouso
4. Reação intuitiva
5. Reação criativa
6. Reação visionária
7. Reação sagrada

Lutar ou fugir é uma reação primitiva, arcaica, para nos protegermos, herdada dos animais. Ela energiza o corpo para enfrentar os perigos e ameças externas. É o reflexo que faz com que uma mãe entre numa casa em chamas para salvar um filho.

A reação de agir nos faz defender nosso ego e suas necessidades. Quando competimos e buscamos nos elevar acima dos demais, automaticamente prestamos atenção ao “eu” em vez de ao “outro”. É o reflexo que alimenta a bolsa de valores, os partidos políticos e os conflitos religiosos.

A consciência em repouso é o primeiro passo de desligamento das forças externas. Essa reação traz a serenidade interior diante do caos ou de ameaças. Recorremos a ela através da prece e da meditação.

A reação intuitiva apela ao mundo interior por mais do que paz e tranquilidade. Buscamos respostas e soluções. Esse estado está associado a sincronicidade, lampejos de insight e despertar religioso.

A reação criativa rompe com os velhos padrões. Abandona o conhecimento para explorar o desconhecido. A criatividade é sinônimo de fluxo de inspiração.

A reação visionária engloba um “eu” universal, em vez de o ego isolado. Estende-se além de todas as fronteiras e não é determinada pelas leis da natureza que limitam os estágios anteriores. Os milagres se tornam possíveis pela primeira vez. Esta reação guia profetas, videntes e aqueles que curam.

A reação sagrada é completamente livre de toda limitação. É experimentada como bem-aventurança absoluta, inteligência absoluta, ser absoluto. Neste estágio Deus é universal e a pessoa também o é. Esta reação identifica os completamente iluminados de cada época.

Cada um desses mecanismos é uma reação natural do sistema nervoso humano e todos nós nascemos com a capacidade de experimentá-los. Diante do perigo, uma explosão de adrenalina cria a necessidade irresistível de fugir ou de ficar e lutar. Quando essa reação é desencadeada, todo o tipo de alterações ocorrem na fisiologia, inclusive batimentos cardíacos acelerados,  respiração entrecortada, pressão arterial elevada etc. Mas se nos sentarmos para meditar, não será esse o estado do sistema nervoso, longe disso. Os mesmos indicadores que se elevaram em lutar ou fugir agora se apresentam diminuídos e a sensação subjetiva é de paz e serenidade.

O cérebro  reage de forma única em cada fase da vida espiritual. A pesquisa científica é incompleta nos estágios mais altos do crescimento interior, mas sabemos que para onde quer que o espírito conduza, o corpo o segue. Pessoas que curam pela fé realmente existem e transcendem a explicação médica. Observou-se que os santos de quase todas as religiões vivem com pouco ou quase nenhum alimento (muitos declaram que sobrevivem unicamente com a luz de Deus). As visões de Deus foram tão verossímeis que sua sabedoria comoveu e guiou as vidas de milhões de pessoas; atos extraordinários de altruísmo e compaixão provam que a mente não é governada apenas pelo interesse pessoal.

Selecionamos uma divindade com base em nossa interpretação da realidade e essa interpretação tem origem na biologia. Os antigos profetas védicos resumiam a questão de forma bastante direta: “O mundo é como nós somos”. Para alguém que viva em um mundo de ameaças, a necessidade de lutar ou fugir é absoluta. Diz respeito a um homem de Neanderthal enfrentando um tigre de dentes-de-sabre, um soldado nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial ou um motorista frustrado, desesperado com o trânsito.

O fato de nascermos com o potencial de ir da simples sobrevivência à consciência de Deus é o traço  admirável que distingue o sistema nervoso humano em relação ao de todas as outras criaturas. É inegável que o crescimento interior completo é um enorme desafio. Se você está preso no trânsito, o sangue fervendo de frustração, qualquer pensamento superior é bloqueado. Naquele momento, sob o efeito da adrenalina, você se sente confinado e impotente.

Em uma situação diferente, quando está competindo por uma promoção no trabalho, você vê a situação sob o ponto de vista do ego. Agora a sua ansiedade não tem haver com sobrevivência (que está na base da reação de lutar ou fugir dos animais), mas em progredir. Mais uma vez, as reações superiores são bloqueadas; você arruinaria as suas chances se parasse de competir e sentisse apenas amor pelos outros candidatos ao cargo.

Altere a reação outra vez e esse ponto de vista também desaparecerá. Ao ver um noticiário sobre crianças morrendo na África ou uma guerra desnecessária em algum lugar distante, você pode desejar encontrar uma solução criativa para o problema ou pode simplesmente refletir internamente sobre a falta de sentido do sofrimento. Essas reações superiores são mais sutis e mais delicadas. Também dizemos que são mais espirituais, mas em qualquer situação o cérebro está reagindo no seu nível mais alto. O mistério maior consiste em nossa capacidade de nos elevarmos do instinto animal à santidade. 

Apesar da enorme flexibilidade do sistema nervoso, adquirimos hábitos e padrões repetitivos por confiarmos em velhas impressões. Isso é principalmente verdade no que diz respeito às nossas crenças. Em toda religião há o mesmo traço de medo sempre que uma pessoa julga que o mundo está dominado por ameaças, perigos e pecados. Entretanto, toda religião também contém a característica de amor quando o mundo é visto como abundante, amoroso e carinhoso. Tudo é projeção. Temos o direito de venerar o amor, a compaixão, a piedade, a verdade e a justiça no nível transcendental, assim como temos o direito de temer o julgamento divino. Se você aceitar que o mundo é como nós somos, será lógico aceitar que Deus é como nós somos.

  • Deus, o Protetor corresponde a um mundo de mera sobrevivência, repleto de ameaças físicas e perigo.
  • Deus, o Todo-Poderoso corresponde a um mundo de ambição e lutas pelo poder, dominado por uma feroz competição.
  • Deus da Paz corresponde a um mundo de solidão interior onde a reflexão e a contemplação são possíveis.
  • Deus, o Redentor corresponde a mundo onde a crescimento pessoal é encorajado e os insights são frutíferos.
  • Deus, o Criador corresponde a um mundo que está constantemente se renovando, onde a inovação e a descoberta são valorizadas.
  • Deus dos Milagres corresponde a um mundo que compreende profetas, videntes, onde a visão espiritual é cultivada.
  • Deus do Ser Absoluto, “Eu Sou”, corresponde a um mundo que transcende todas as fronteiras, um mundo de possibilidades infinitas.

O surpreendente é que o sistema nervoso humano possa atuar em todos esses planos. Nós não navegamos por essas dimensões simplesmente, nós as exploramos, combinamos e criamos novos mundos à nossa volta. Se você não compreender que é multidimensional, toda a noção de Deus se desfaz.

Como uma criança que cresce, temos que evoluir para uma visão mais completa, até o dia em que possamos ver o todo, como Deus. Nossos reflexos contam nossa própria história ao longo do caminho, geralmente de forma simbólica como nos sonhos.

A própria realidade pode ser apenas um símbolo para a maneira de agir da mente de Deus e, nesse caso, a crença “primitiva”, encontrada em todo o mundo antigo e pagão, de que Deus existe em cada folha de capim, cada criatura e até mesmo na Terra e no céu, pode encerrar a mais alta verdade. Chegar a essa verdade é o propósito da vida espiritual e cada estágio para Deus nos leva em uma jornada cujo destino final é a lucidez absoluta, uma sensação de paz que nada pode perturbar.


Fonte: "Como Conhecer Deus, a jornada da alma ao mistério dos mistérios" - Deepak Chopra